Expressões Portuguesas – Parte II
Há uns dias atrás apresentámos-lhe algumas das expressões idiomáticas mais populares de Portugal, bem como os seus significados e histórias das suas origens. Neste artigo vamos continuar com esse mesmo trabalho e apresentar-lhe umas quantas outras.
Andar à toa – Significa estar desorientado e sem rumo. Toa é o nome dado à corda que prende uma embarcação a outra. A embarcação de trás está a ser rebocada pelo que não tem controlo sobre a sua rota.
Lágrimas de Crocodilo – Esta expressão é internacional e o seu significado é o de chorar sem sentimento – largar lágrimas fingidas. É que os crocodilos têm glândulas lacrimais que são estimuladas quando comem. Assim, choram muitas vezes sem aparente razão!
Onde Judas perdeu as botas – Na história da religião cristã, foi Judas que traiu Jesus por 30 dinheiros. Depois de o ter feito – e de ter tido muita responsabilidade na sua captura e crucificação – ficou com uma depressão e enforcou-se numa árvore. Acontece que Judas se suicidou sem o dinheiro e sem as botas, nas quais provavelmente tinha escondido o dinheiro. Partiram assim uma série de soldados em busca das mesmas, não sabendo nós se as encontraram ou não. A expressão “onde Judas perdeu as botas” significa nos tempos correntes “local inacessível”.
Sardinhas em lata – Esta é uma analogia fácil de se fazer. As sardinhas quando estão em lata vêm muito juntas, quase coladas. É usada para ilustrar situações em que há muitas pessoas e em que estão todas juntas – a superlotação. É muitas vezes usada para se referir aos transportes públicos.
Com a corda toda – Antigamente, os brinquedos que se moviam tinha que ser accionados. Para o fazer “davam-se-lhes corda”. A corda era um mecanismo que os “carregava” para se moverem. E quanta mais corda se lhes dava, mais energicamente o faziam. É por isso que com a “corda toda” significa com a “energia toda”.