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Trabalhar numa agência é, ao mesmo tempo, desafiante e uma fonte de grande entusiasmo, embora possa também criar ansiedade e stress. O ritmo acelerado, a pressão constante dos prazos e as alterações de última hora são características do dia a dia, que deixam pouco espaço para cuidar das relações entre os membros da equipa. Quando as pessoas não têm tempo ou disponibilidade para se ouvirem e se apoiarem mutuamente, essas relações podem enfraquecer-se e, com o passar do tempo, esse desgaste pode tornar-se visível.

Contudo, o verdadeiro sucesso de uma agência depende muito mais do que das ideias criativas ou da capacidade técnica da equipa. Depende, sobretudo, da qualidade das relações que se constroem entre as pessoas. Equipas onde existe uma confiança mútua, onde se escuta a pessoa do lado e onde se consegue enfrentar os desafios em conjunto, são equipas mais fortes, mais criativas e que resistem melhor à pressão diária.

É precisamente neste contexto que surge o conceito de grown mindfulness. Ao contrário do que muitos pensam, não se trata apenas de momentos de “pausas para respirar”. O mindfulness pode ser definido como “a consciência que emerge ao prestar atenção de forma intencional e sem julgamento ao momento presente, momento a momento” (Miller, Fletcher & Kabat-Zinn, 1995, p. 145). Este conceito envolve três componentes fundamentais: intenção, atenção e atitude.

Nos últimos anos, a psicologia social, do trabalho e das organizações tem vindo a dedicar especial atenção à satisfação no trabalho e às atitudes de mindfulness. Um número crescente de estudos destaca o impacto positivo do mindfulness no ambiente profissional, mostrando que esta prática melhora a eficiência, promove a saúde física e mental e cria ambientes de trabalho mais equilibrados e saudáveis.

Além disso, a investigação revela que existe uma relação inversa entre o stress que as pessoas sentem e o seu nível de atenção plena: quanto maior o mindfulness, menor a perceção de stress. 

Um dos fatores chave para esta redução do stress é a capacidade de autorregulação emocional, isto é, a habilidade de reconhecer, compreender e gerir as próprias emoções. Esta competência é fundamental para responder de forma equilibrada aos desafios e tensões, evitando reações impulsivas que podem prejudicar as relações interpessoais. A gestão das emoções é, portanto, um dos aspetos centrais do mindfulness, especialmente no ambiente de trabalho. Os seus benefícios tornam-se particularmente evidentes em situações de maior exigência emocional, que são frequentemente a principal fonte de tensão nas equipas. Desenvolver grown mindfulness ajuda a criar respostas mais conscientes e controladas, fortalecendo as relações dentro e fora do trabalho.

Por fim, crescer no mindfulness dentro das agências significa construir um ambiente onde as emoções são reconhecidas e geridas, onde as dificuldades são enfrentadas com mais calma e compreensão, e onde o crescimento individual anda de mãos dadas com o crescimento coletivo.

Por tudo isto, acho que investir em grown mindfulness é investir no futuro das equipas e das agências. É apostar num ambiente onde nos sentimos seguros e valorizados, onde o stress e a pressão podem ser canalizados e transformados numa aprendizagem. Em última análise, é perceber que o verdadeiro crescimento começa quando cultivamos a atenção e o cuidado, não só com o trabalho, mas sobretudo uns com os outros.

 

 

 

Bibliografia:

Miller, J. J., Fletcher, K., & Kabat-Zinn, J. (1995). Three-year follow-up and clinical implications of a mindfulness meditation-based stress reduction intervention in the treatment of anxiety disorders. General Hospital Psychiatry, 17(3), 192–200 

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