Skip to main content
search

Com o shift das redes sociais para vídeo e o boom dos Reels e Tiktok, parece que o
mundo passou para velocidade x2. E eu, como editora de vídeo, tive de acompanhar.
Agora tudo é mais rápido, mais curto e muito mais exigente.
Três segundos.
É o tempo que um vídeo tem para provar que merece a tua atenção.
Três segundos para te agarrar, despertar o teu interesse e, com sorte, convencer-te a
ver até ao fim.
E esse é o meu trabalho, tentar ganhar essa corrida. Crio vídeos para redes sociais,
um espaço onde tudo acontece depressa e onde a atenção dura menos do que um
piscar de olhos.
Mas o que é que esta mudança no ritmo digital significa na prática? Vamos por partes.
O gancho
Os primeiros segundos decidem tudo. Ou ficas, ou passas.
Esse é o instante mais importante, é onde decido o que te mostrar, o que te esconder
e o que deixar no teu subconsciente. Com a imagem certa, o corte no momento exato,
o som que entra na batida perfeita. Tudo precisa de estar alinhado para te prender.
E agora que consegui a tua atenção, o que vou fazer com ela?
A duração
Primeiro, tenho de te fazer parar. Depois, tenho de te fazer ficar, e esse é o próximo
desafio. Contar uma história em 20 ou 30 segundos.
Nas redes sociais, o tempo é contado em segundos, não em minutos. Sei que estás
com pressa para ver o que vem a seguir, e a seguir, e a seguir. Não tenho muito tempo
para te passar a minha mensagem, então tenho que ser direta e concisa, de uma
forma que te cative e te mantenha interessado.
O guião deve ser curto, o ritmo deve ser dinâmico, o grafismo deve ser impactante,
tudo para que o teu cérebro continue entretido e com vontade de ver mais. No fim, o
que importa é se deixei uma marca, se te vais lembrar da história que te quis contar.
A primeira vitória é conquistar a tua atenção, a segunda, a tua memória.
O formato
Este é o desafio menos óbvio, o formato.
Durante anos, vimos o mundo em ecrãs largos: televisão, cinema, computador, tudo
pensado na horizontal com visão periférica e espaço lateral para respirar. Era o
formato que mais se aproximava da forma como os nossos olhos veem o mundo.
Depois vieram os smartphones e, com eles, a revolução das redes sociais.

De repente, o vídeo passou a acontecer na vertical, focado, direto, sem distrações. De
repente, tudo o que antes era paisagem virou retrato. E o que antes ocupava o ecrã
inteiro da sala, agora vive na palma da tua mão.
E isso muda tudo. As histórias tornaram-se mais intensas, mais próximas, mais
pessoais, quase como se estivesses frente a frente com quem está do outro lado.
Não há espaço para distrações: és só tu, o conteúdo e o tempo que decides ficar.
Quando penso em tudo isto, há algo curioso. Passo horas a editar vídeos que, muitas
vezes, vais ver em segundos. Pode parecer simples, mas o segredo está em como
fazer tudo parecer espontâneo, quando na verdade revejo, sincronizo e refaço vezes
sem conta. E no fim, talvez dure o tempo de um piscar de olhos. Mas não há
frustração nisso.
Há algo de bonito em criar para o efémero. Gosto de tentar descobrir o que faz alguém
parar e ver até ao fim, porque, no fundo, é disso que se trata: criar algo que te
desperte curiosidade num feed cheio de coisas a competir pela tua atenção.
Se o meu vídeo te fizer parar por uns segundos, missão cumprida.
E se ainda te lembras dele depois de continuares a fazer scroll…bem, aí é jackpot.

Por Lia Lopes, Motion Designer

This site is registered on wpml.org as a development site. Switch to a production site key to remove this banner.

Need Help?

Get a quote Join the team Challenges we solve Get in touch

Podemos ajudar?

Pedir orçamento Junta-te à equipa Desafios que solucionamos Contactos